Educação investe em atividades que favorecem o aprendizado por meio da interação entre os estudantes

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) tem intensificado o desenvolvimento de atividades em grupo e brincadeiras pedagógicas para os alunos da rede municipal de ensino, em consonância com a Lei nº 15.100/2025. Sancionada em janeiro, a legislação tem o objetivo de minimizar os impactos negativos do uso excessivo da tecnologia entre crianças e adolescentes, com o reforço da interação social e o aprendizado ativo dentro do ambiente escolar.

Estudos apontam que o excesso de telas na infância pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo, a concentração e a interação social. Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que crianças e adolescentes que passam mais de duas horas diárias em frente a telas apresentam maior propensão ao sedentarismo, ansiedade e dificuldades de socialização.

A lei determina que os aparelhos eletrônicos sejam utilizados apenas para fins pedagógicos e sob orientação dos professores. Nos demais momentos, como intervalos e recreios, o uso é vetado. Com isso, a Semed tem incentivado estratégias pedagógicas que favorecem o aprendizado por meio da interação entre os estudantes. Jogos cooperativos, dinâmicas de grupo, atividades esportivas e projetos lúdicos fazem parte das novas diretrizes adotadas pelas escolas municipais. 

“Sabemos que o uso excessivo de celulares tem impactado negativamente a capacidade de concentração e socialização das crianças. Por isso, estamos empenhados em transformar a escola em um espaço de interação genuína, onde os alunos possam aprender por meio do convívio, do brincar e da troca de experiências. Nossos professores estão sendo instruídos a incorporar atividades que estimulem o raciocínio lógico, a criatividade e o trabalho em equipe, substituindo o tempo de tela por vivências enriquecedoras”, destaca o diretor de Ensino da Semed, Djalma Pereira.

Mas essa não é uma iniciativa nova. Na E.M. Monteiro Lobato, o professor Luiz Antônio já promove a aprendizagem dos alunos com modalidades não convencionais nas aulas de educação física, como críquete, carrinhos de rolimã e golfe. Para ele, as práticas corporais são ferramentas de socialização. 

“A tecnologia não precisa e não deve ser abolida, mas precisa ser utilizada de forma racional e pedagógica. Como, por exemplo, em atividades competitivas gamificadas em formas de jogos relacionados a temas específicos, assim como jogos eletrônicos ou danças, que possibilitam desenvolver a aprimorar habilidades cognitivas, atenção e concentração”, pondera Luiz Antônio.

As ações também estão alinhadas ao conceito de “desemparedamento da infância”, uma abordagem educacional que propõe a ampliação dos espaços de aprendizagem para além da sala de aula, priorizando ambientes ao ar livre e o contato com a natureza. Segundo Djalma Pereira, essa perspectiva contribui diretamente para o bem-estar dos alunos. 

“Ao promover atividades ao ar livre e em grupo, estamos ajudando as crianças a desenvolverem habilidades socioemocionais essenciais. Quando estimulamos jogos coletivos, circuitos esportivos e desafios interativos, permitimos que os alunos descubram o prazer do aprendizado dinâmico, longe das telas e mais conectados com o mundo real”, complementa.

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