26/08/2022
A audiência pública sobre Áreas de Cultivo em Uberaba, realizada nesta quarta-feira (24), no anfiteatro da Prefeitura, reuniu representantes do Governo Municipal, Câmara de Vereadores, ambientalistas e significativa parcela de produtores e dirigentes de instituições ligadas ao agronegócio no Município e Estado.
Num primeiro momento, titulares das pastas do Agronegócio (Sagri), Meio Ambiente (Semam) e Desenvolvimento Econômico (Sedec) apresentaram um raio x do meio rural uberabense.
Pela Sagri foram detalhados os mais de 250 mil hectares do Município (de um total de 452 mil hectares de extensão), utilizados no plantio de cana-de-açúcar, soja, milho, sorgo e trigo, que coloca Uberaba na vanguarda de várias culturas em Minas e até no Brasil.
Já a Semam destacou o pioneirismo de Uberaba no licenciamento on-line, dando ênfase também ao trabalho profícuo dos seus técnicos, com monitoramentos e vistorias garantindo o cumprimento da lei.
A pasta do Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação fez uma abordagem dos avanços advindos com a introdução da cana-de-açúcar no Triângulo, no que se refere à valorização das terras, geração de milhares de empregos e aquecimento da economia, inclusive, atraindo várias outras empresas para a região.
Estes dados ainda foram complementados pelo analista ambiental da Fiemg, Adriel Andrade Palhares, que apresentou estudos sobre a Evolução do Uso e Ocupação do Solo em Uberaba, entre 1985 e 2020. Ele apontou que, nesse período de 35 anos, não houve grandes alterações no solo, a não ser nas áreas antropizadas, aquelas já com interferência do ser humano. Nessas, a pesquisa demonstrou que houve significativa redução em áreas de pastagens, sendo ocupadas, principalmente, por cana-de-açúcar e soja. “Já o maciço florestal conseguiu-se manter inalterado (19% do total) e ainda houve um incremento de 9% com os reflorestamentos'', acentuou o analista da Fiemg, enfatizando que Uberaba ainda dispõe de significativo potencial para crescer de maneira sustentável.
Posteriormente, a audiência foi aberta ao público. A enfermeira Maria Sandra Tapajós pediu aprofundamento de estudos sobre a qualidade das águas, enquanto que o técnico da Siamig, Jadir Silva de Oliveira garantiu que a cana é altamente sustentável e 100% das lavouras têm regularização ambiental em todos os níveis. Houve ainda quem pediu plano logístico para as operações com máquinas pesadas e quem aproveitou para frisar a força do agro que, mesmo durante crises e pandemias, nunca deixou de abastecer a mesa dos brasileiros com alimentos fartos e de qualidade.
A secretária da Mesa Diretora da Câmara Municipal, Luciene Fachinelli, disse que gostaria de uma presença maior de populares na audiência e oportunamente, solicitou que os canais para debates continuem abertos. Fato confirmado pela secretária de Planejamento, Isabela Soares do Nascimento que enfatizou sobre o desafio de rever o Plano Diretor de Uberaba, entre setembro próximo a agosto de 2023, quando pretende enviar o projeto lei ao Legislativo. “Durante este período, através da agenda 2030, vamos ouvir todos os segmentos do município, inclusive, com novas audiências públicas, formatando o Plano Diretor Integrado de Uberaba, num pacto com a sustentabilidade", afirmou.
Fechando, o secretário Agnaldo Silva, do Agronegócio, disse que outras sugestões ainda poderão ser encaminhadas para o endereço eletrônico da Sagri. No geral, ele avaliou como proveitosa a audiência, com grupos muito interessados em discutir o assunto. “Entendo que o evento atendeu a demanda apresentada pela Câmara, com o Governo atuando de forma participativa e democrática, abrindo a palavra para todos que demonstraram disposição em contribuir com os debates. Agora, vamos enviar as propostas atinentes ao agro para a comissão do Plano Diretor, certo de que elas contribuirão no processo de elaboração do documento", arrematou Agnaldo, reforçando que a audiência deixou claro que não existe monocultura em Uberaba e sim, diversificação de plantios com significativos resultados.